O Huanglongbing (HLB) destaca-se como a doença mais significativa que afeta os cultivos de citros, sendo atribuível a três espécies distintas de α-proteobactérias do gênero Candidatus Liberibacter: Ca. Liberibacter asiaticus (CLas), Ca. Liberibacter americanus (CLam) e Ca. Liberibacter africanus (CLaf). No Brasil, o principal vetor para a transmissão de CLas é o psilídeo asiático dos citros, Diaphorina citri (Kuwayama) (Hemiptera: Liviidae). Este estudo tem como objetivo verificar a presença de D. citri na jurisdição da ADAPAR - PR, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná, e correlacionar sua incidência com o HLB. A pesquisa abrangeu todo o estado do Paraná, incluindo municípios-chave envolvidos em diversas atividades agrícolas relacionadas ao citros, desde pomares comerciais até instalação de pesquisa. Em locais georreferenciados, agentes da ADAPAR instalaram armadilhas adesivas amarelas para monitorar D. citri nos anos de 2018 e 2019. As armadilhas, identificadas com data, local e coordenadas específicas, foram coletadas, acondicionadas em sacos plásticos transparentes e armazenadas sob refrigeração até a identificação. A classificação dos insetos capturados foi realizada utilizando uma lupa binocular. Espécimes adultas de D. citri foram submetidas à extração total de DNA, seguida pela PCR direcionada ao gene 16S rRNA de CLas. Os produtos resultantes da PCR foram analisados em gel de agarose a 2% corado com brometo de etídio. A análise da triagem e classificação de insetos confirmou a presença de D. citri em vários municípios, incluindo Altônia, Ampére, Ângulo, Antonina, Cruzeiro do Oeste, Dois Vizinhos, Faxinal Guaratuba, Iporã, Ivaiporã, Nova América da Colina, Ponta Grossa, Presidente Castelo Branco e Santa Cruz de Monte Castelo. Uma análise adicional dos dados sobre temperatura média anual e precipitação, juntamente com o IDH-Paraná, indicou que Presidente Castelo Branco teve o maior número de psilídeos coletados, totalizando 96 insetos, todos em 2018. Concentrações significativas também foram observadas em Altônia, Ampére, Cruzeiro do Oeste, Iporã, Santa Cruz de Monte Castelo e Vila Rural em Jandaia do Sul em 2018. Em 2019, foram registradas contagens elevadas de psilídeos em Ampére, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Após a coleta, as amostras foram submetidas à extração de DNA e amplificação por PCR de Candidatus Liberibacter asiaticus. Embora todos os psilídeos coletados tenham testado positivo para a infecção por CLas, aqueles obtidos em armadilhas em Ponta Grossa, Paranavaí, Dois Vizinhos, Ivaiporã e Moreira Sales foram negativos. Isso destaca que fatores como temperatura, umidade relativa, precipitação e disponibilidade de planta hospedeira são determinantes críticos da ocorrência de D. citri em uma determinada região. Além disso, o estudo enfatiza o papel fundamental de uma agência eficaz de defesa agropecuária no monitoramento de doenças e pragas, especialmente em um patossistema que envolve patógeno, hospedeiro e vetor.